MUNDIAL JUVENIL FEMININO DA MACEDÔNIA 2014
Terminou no dia 03/08 o Mundial Juvenil Feminino da Macedônia, com vitória da Romênia. A julgar pelos jogos que consegui assistir, foi um ótimo mundial. Muitas jogadoras boas em vários países, jogos rápidos e intensos, com relativamente poucos erros e defesas muito fortes.
O Brasil, sob a direção do técnico Alexandre Schneider, teve um ótimo desempenho e terminou na sétima colocação, melhor colocação do Brasil em mundiais juvenis femininos. Revelamos diversas boas jogadoras, tivemos uma ótima defesa no jogo posicional e um ataque bem distribuído. Durante o campeonato ganhamos de fortes seleções européias como Suécia (atual campeã européia da categoria), Holanda, Noruega e da Rússia, apontada como uma das grandes favoritas antes do torneio. Acabamos perdendo nas quartas de final para Montenegro com um gol no último segundo de jogo, depois de termos quatro gols de vantagem faltando dez minutos para terminar.
A seguir vamos dar uma passada pelos pontos mais relevantes do desempenho brasileiro no mundial.
– A defesa.
Apesar de termos demonstrado um pouco de dificuldades em nos defendermos de contra-ataques, a defesa do Brasil no jogo posicional foi muito boa. Não tivemos muitas roubadas de bola ou interceptações, mas protegemos bem o nosso gol. Com um aproveitamento de 57,4%, estivemos próximos neste quesito dos outros times que terminaram entre os oito primeiros colocados.
O maior destaque da nossa defesa esteve em seu centro, composto na maior parte do tempo por Lígia Silva e Jéssica Costa. Em um aspecto elas se destacaram especialmente: ambas terminaram entre as dez melhores bloqueadoras do campeonato. Lígia ficou em primeiro com nada menos que 27 bloqueios, e Jéssica foi a sétima melhor com 10 bloqueios.
– Ataque.
O ataque do Brasil foi muito equilibrado se considerarmos a distribuição dos gols entre as jogadoras. Nada menos do que sete jogadoras marcaram pelo menos 20 gols cada. Somente a Dinamarca obteve um índice melhor, com oito jogadoras marcando pelo menos 20 gols.
Se considerarmos a distribuição pelo tipo de ação ofensiva (field goal, 6m, ponta, contra-ataque etc.), também houve equilíbrio. A bem da verdade, fizemos poucos contra-ataques, mas com muita efetividade (24/30). A surpresa positiva aqui foi o ataque das pontas: quando você diria que o Brasil iria chutar mais vezes a partir das pontas do que a Dinamarca e a Noruega? Pois foi o que aconteceu, o Brasil chutou 73 vezes pelas pontas, Dinamarca 52 e Noruega 48. Entre os oito primeiros colocados, somente a Coréia (84) e a Holanda (94) atacaram mais vezes pelas pontas do que o Brasil.
Para finalizar, dois dados importantes que mostram a força do ataque brasileiro: fomos a seleção que marcou o maior número de gols no ataque posicional (245), com a campeã Romenia vindo em segundo com 236 gols. Além disso, o Brasil fez, ao lado da Dinamarca, o maior número de gols em um mesmo tempo de jogo: 26 gols no segundo tempo do jogo contra o Cazaquistão.
Enfim, em vários aspectos o Brasil jogou muito bem como equipe, tanto na defesa como no ataque. Palmas para as meninas e para a comissão técnica.
Foto: site oficial do campeonato.